quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

O planeta com anéis que faz Saturno parecer um anão


Os astrônomos descobriram um planeta com um sistema de anéis que é 200 vezes maior do que os de Saturno. O planeta, o primeiro de seu tipo a ser encontrado fora do nosso sistema solar, é cercada por 30 anéis , cada um com dezenas de milhões de quilômetros de diâmetro, com grandes lacunas que indicam a presença de pequenas luas. A descoberta, descrita no Astrophysical Journal, foi feita por cientistas da Universidade de Rochester e Observatório de Leiden, na Holanda. Eles estavam investigando eclipses misteriosas da estrela do planeta, o que acabou por ser causado por anéis.

Via: The New York Times

terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

Os Simpsons – Abertura em 8bits (PixelArt)




Dois artistas australianos, Paul Robertson Ivan Dixon realizaram a façanha de recriar a abertura da famosíssima série de televisão Os Simpsons em PixelArt, ou seja, completamente renderizada em 8bits. O vídeo, de quase 2 minutos, é tão bem feito que até mesmo o som está adaptado à este tipo de técnica – sem contar a fidelidade à abertura oficial, onde estão presentes até mesmo detalhes e Easter Eggs. Confiram:

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

Por dentro dos caças militares do futuro




Se você acha que seu escritório há tempos precisa de uma reforma, pense um pouco na situação dos pilotos de caças militares. Aqueles que comandam aeronaves de combate como o F-16 ou o Tornado estão, na prática, ainda trabalhando em um escritório dos anos 70, que é quando esses aviões foram projetados.
Criar e montar um novo caça é algo que demora muito tempo. Atualmente o único jato militar supersônico "invisível" ainda na ativa é o F-22 Raptor, da Lockheed Martin.
Mas para se ter uma dimensão de quanto seu projeto está datado, basta lembrar que quando o contrato para a fabricação do primeiro protótipo foi assinado em 1986, o então computador vedete da Apple, o Macintosh Plus, tinha apenas 1 Mb de memória e nenhum disco rígido. E o F-22 realizou sua primeira missão de combate em setembro passado – três dias depois de a Apple lançar o iPhone 6.

Exercício de futurologia

Os profissionais que projetam as aeronaves militares hoje têm que adivinhar como o mundo será daqui a 40 anos – uma tarefa inglória até para as mentes inovadoras do Vale do Silício. "Neste momento, estou pensando em projetos para 2040", conta Mark Bowman, principal piloto de testes da BAE Systems, fabricante de equipamentos aeroespaciais sediada em Warton, na Grã-Bretanha.
Quais as novidades que os designers estão preparando para as cabines de comando do futuro?
Os jatos mais modernos – como o Eurfighter Typhoon, da Força Aérea britânica, e o Lockheed F-35 Joint Strike Fighter, que ainda está para entrar em serviço – trazem painéis nos capacetes, controles ativados por voz e um manche na forma de joystick, como o dos aviões comerciais.
Trata-se de uma grande mudança para quem se acostumou com as cabines lotadas de botões e mostradores, usadas por pilotos há apenas algumas décadas.
O principal motivo da modernização das cabines é o fato de os pilotos de hoje realizarem tarefas muito diferentes dos colegas que atuaram há 20 ou 30 anos.
"Por causa dos avanços em aerodinâmica e automação, o controle do avião está praticamente se tornando uma questão secundária", diz Bowman, cujo trabalho envolve ajudar a projetar, planejar e testar novos componentes do Typhoon.
"O papel do piloto hoje é mais de gerenciamento de uma missão, está mais ligado à tomada rápida de decisões. Por isso, precisamos examinar que tipo de tecnologias existem para melhorar a capacidade de o piloto de fazer isso".
Múltiplas funções

Cabines de caças
A cabine de um MiG-15 dos anos 50 (à esq.) e a de um F-35 de hoje

Os pilotos de combate de hoje podem, por exemplo, precisar rastrear uma aeronave não-identificada ao mesmo tempo em que assistem imagens ao vivo de tropas em terra, enquanto também conversam com os comandantes na base.
Eles não deveriam ter que ficar de olho em uma série de mostradores e instrumentos para saber se estão na direção certa ou se têm combustível suficiente.
"Queremos que o piloto olhe pela janela, porque é lá fora que está sua missão", explica Bowman. "Isso nos levou a uma filosofia de focar mais em que tipo de informação devemos colocar diante dos olhos do piloto".
Apesar de o primeiro voo de um Typhoon ter sido realizado há 20 anos, seus projetistas anteciparam muitas dessas necessidades.
Nenhum dos instrumentos de navegação ou de status do sistema que existiam em aviões mais antigos está presente na cabine desse caça. Em vez disso, os dados são mostrados em três monitores coloridos e em um head-up display (HUD), uma tela transparente colocada na linha do olhar e que mostra textos em foco ao mesmo tempo que permite que o piloto enxergue o céu e o horizonte à sua frente.

De proteção a sensor


Os novos capacetes permitem ao piloto assumir várias tarefas simultâneas

Mas o HUD tem um defeito: o piloto tem que estar olhando para a frente para poder ler a informação projetada. O próximo passo, pela lógica, seria acoplar o HUD no visor do capacete do piloto. E é o que os fabricantes do Typhoon fizeram. Cada capacete projetado é feito individualmente para caber exatamente na cabeça de cada piloto.
"O capacete deixou de ser um instrumento de proteção e de comunicação para ser um sensor", explica Bowman. "Ele agora é uma das partes fundamentais da navegação".
A Lockheed aplicou a ideia com um toque a mais no F-35, que não utiliza o HUD. Os dados que seriam projetados na telinha e as imagens captadas pelas câmeras instaladas por toda a aeronave são exibidas no capacete, permitindo que o piloto "veja através" da fuselagem.
O manche tradicional posicionado no centro da cabine também foi eliminado e substituído por um stick lateral à direita do piloto.
Não há cabos mecânicos ligando os controles ao leme ou aos flaps, mas o stick é programado para vibrar como um sensor, permitindo ao piloto perceber o comportamento de voo da aeronave.
As cabines do futuro devem explorar essas ideias ainda mais – qualquer coisa que permita ao piloto ter total consciência do que está ocorrendo a seu redor sem ter que tirar a atenção da missão.

Cockpit virtual

Fora o Typhoon e o F-35, outra aeronave apresenta um intrigante caminho pela frente.
Nas naves não-tripuladas Reaper, a tripulação, formada pelo piloto e pelo operador de sensor, está na realidade diante de vários monitores em um posto de controle em terra, provavelmente a milhares de quilômetros de distância.
No futuro, essa cabine remota poderá até ser colocada dentro do caça, com um piloto controlando a própria aeronave e várias outras não tripuladas, ao mesmo tempo.
Isso daria uma vantagem numérica sobre o inimigo. Mas não só. "Os Typhoons levam pessoas dentro de um espectro de constante gravitacional. Fora dele, um piloto pode perder a consciência", diz Bowman. "Ter aviões não tripulados melhoraria a agilidade das missões".

Via: BBC

Crise Hídrica

Falta d'água ameaça segurança alimentar no Brasil, diz chefe da FAO

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José Graziano da Silva | Foto: AP
Diretor-geral da FAO diz que Brasil precisará ampliar estoques de alimentos por causa das secas
A crise hídrica que o Brasil atravessa põe em risco não só o abastecimento de suas cidades, mas também a oferta de alimentos nos mercados do país, diz o brasileiro José Graziano da Silva, diretor-geral da agência da ONU para agricultura e segurança alimentar (FAO).

"Estamos tendo uma quebra enorme da safra de todos os produtos", diz Graziano. Segundo ele, a estiagem deve resultar em preços mais altos nas prateleiras nos próximos meses.
Em entrevista à BBC Brasil, o chefe da FAO afirma ainda que o Brasil terá de ampliar seus estoques de alimentos e privilegiar culturas mais resistentes a secas, fenômeno que deve se tornar cada vez mais frequente por causa das mudanças climáticas.
Leia abaixo os principais trechos da entrevista, concedida durante a última cúpula da Comunidade dos Estados Latinoamericanos e Caribenhos (Celac), na Costa Rica, na semana passada.
BBC Brasil - A crise hídrica que o Brasil atravessa pode afetar a segurança alimentar do país?
José Graziano - Sem dúvida. Tenho desde 1987 uma pequena chácara perto de Campinas (SP) e nunca meu poço tinha secado. Cheguei a perder árvores frutíferas.
É um exemplo de como o Brasil, que não faz uso da irrigação em grande escala e se beneficia muito de um sistema de chuvas regulares, tem sua produção afetada por uma seca como essa.
BBC Brasil - A seca é um efeito das mudanças climáticas?
Graziano - Na FAO, a nossa avaliação é que neste ano o impacto do El Niño (superaquecimento das águas do Pacífico que esquenta a atmosfera) foi muito maior que o esperado. Nunca havia chegado ao ponto de ameaçar o abastecimento urbano, como estamos vendo em São Paulo.
Estamos atravessando o período das águas no Brasil e deveria estar chovendo muito mais do que está. Tivemos deficiência hídrica de praticamente um metro d'água na região centro-sul do Brasil.
Espera-se a normalização das chuvas no próximo ano agrícola, que começa em setembro, mas até lá vamos enfrentar resíduos da falta de água e todos os agravantes que isso tem.
Parte da Cantareira em Nazaré Paulista, no dia 28/01/15 | Foto: Reuters
Estiagem prolongada prejudica a agricultura e expõe deficiência no planejamento de grandes cidades do Sudeste

BBC Brasil - Quais agravantes?

Graziano - Estamos tendo uma quebra enorme da safra de todos os produtos. Até mesmo da cana de açúcar, que é bastante insensível ao regime de chuvas. Isso vai resultar em aumento de preços.
Aliás, estamos vendo muita oscilação de preços resultante do impacto das mudanças climáticas. Há uma irregularidade da produção. Situações de seca, que antes se repetiam a cada cem anos, agora ocorrem a cada 20 anos.
O jeito é ter estoques. O Brasil tem alguns estoques bons, como o de milho, fruto da boa colheita do ano passado, mas não tem em outras áreas. Precisa até importar trigo.
BBC Brasil - Como reduzir os impactos das mudanças climáticas na produção agrícola?
Graziano - Estamos trabalhando muito com a adaptação de culturas à seca. A Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, estatal ligada ao Ministério da Agricultura) já tomou essa iniciativa e está desenvolvendo variedades até de arroz adaptado à seca.
Também devemos substituir culturas. A quinoa demanda muito menos água que o arroz e tem um valor nutritivo muito maior. Estamos promovendo a substituição do trigo nas regiões tropicais e a recuperação de produtos tradicionais.
A mandioca, por exemplo, que tinha sido abandonada, hoje está em alta no Caribe, onde está sendo adicionada à confecção do pão para reduzir a dependência da importação do trigo. Outra possibilidade é expandir a irrigação para evitar crises de abastecimento.
BBC Brasil - Aumentar a irrigação não é incompatível com o cenário atual, com reservatórios cada vez mais vazios?
Graziano - Temos menos água armazenada em São Paulo, mas na Cantareira. A (represa) Billings está cheia. Precisa haver um sistema de integração dessas bacias, porque a distribuição das chuvas é muito errática. Essa prática é muito usada na Ásia.
E temos de ter a capacidade de absorver a água da chuva. Na minha chácara, por exemplo, comprei cisternas plásticas e hoje tenho capacidade de armazenar pelo menos 20 mil litros de água da chuva.
BBC Brasil - A crise hídrica e a instabilidade na produção de alimentos gerada pelas mudanças climáticas indicam a necessidade de repensar o modelo agrícola do país, hoje muito voltado a commodities para exportação, como a soja?
Graziano - Eu diria que se trata mais de pensar em mudanças tecnológicas. No passado, utilizamos intensivamente a mecanização. Hoje estamos promovendo o cultivo mínimo, que significa não arar o solo e manter a vegetação que o cobre. Isso facilita a absorção da água e preserva a matéria orgânica.
A Argentina tem hoje mais de 90% de suas áreas de soja e milho baseadas em cultivo mínimo e tem aumentado a produtividade mesmo na seca.

Via: BBC

domingo, 1 de fevereiro de 2015

5 Gênios Loucos

A escritora Virginia Woolf que, acredita-se, tenha sofrido de transtorno bipolar
George Charles Beresford / Domínio público
A escritora Virginia Woolf que, acredita-se, tenha sofrido de transtorno bipolar
A insanidade é a companheira secreta dos gênios? Embora não possamos realizar exames psicológicos naqueles que já estão mortos há tanto tempo, isso não impediu que historiadores especulassem sobre o estado mental de gênios mortos interpretando suas cartas pessoais, seus trabalhos e as declarações de outras pessoas. Aconteceu de alguns dos grandes gênios do mundo serem um tanto malucos. Na verdade, alguns cientistas alegam que uma porcentagem ainda maior de tipos criativos (poetas, pintores, músicos) foi afligida por transtorno bipolar do que a população geral. Acredita-se que algumas das mentes criativas mais renomadas, incluindo os escritores Mary Shelley, Virginia Woolf e Ernest Hemingway; os compositores Irving Berlin e Sergey Rachmaninoff; e os pintores Paul Gauguin e Jackson Pollock, sofreram da doença [fonte: Patient
Health International].
Apesar da evidência de uma conexão entre gênialidade e loucura, ninguém provou que tal conexão existe de fato. Contudo, cientistas da Universidade de Toronto, no Canadá, descobriram que pessoas criativas possuem pouco a nenhuma inibição latente, a capacidade inconsciente de rejeitar estímulos sem importância ou irrelevantes. Como coloca Jordan Peterson, professor da Universidade de Toronto, "Isso significa que indivíduos criativos permanecem constantemente em contato com o fluxo de informação extra vindo do ambiente. Uma pessoa normal classifica um objeto e, em seguida o esquece, mesmo que aquele objeto seja muito mais complexo e interessante do que ela pensa. A pessoa criativa, por contraste, está sempre aberta a novas possibilidades [fonte: Universidade de Toronto]
Vamos dar uma olhada nesses gênios malucos - os famosos pensadores e artistas que sofreram de doença mental. Primeiro, vamos repassar o caso moderno de John Nash, cuja esquizofrenia foi sensacionalizada por Hollywood.

                          5. John Nash (1928 -)



O esquisofrênico paranóico John Nash, que ganhou o Nobel de Economia por sua teoria dos jogos
Elke Wetzig / GNU FDL
O esquizofrênico paranoico John Nash, 
que em 1994 ganhou o Nobel de Economia por sua teoria dos jogos
O premiado filme "Uma Mente Brilhante" ("A Beautiful Mind", 2001) popularizou a história de John Nash. Nash é um matemático e economista mundialmente renomado que lutou com sua esquizofrenia paranoide depois de surgir com contribuições significativas para o conceito da teoria dos jogos. A ideia do "Equilíbrio Nash", que discute se os jogadores em um jogo podem beneficiar-se da mudança de estratégia de um deles, pode ser aplicada a vários campos, inclusive à economia. As forças armadas americanas até adotaram táticas baseadas em suas ideias para usar na Guerra Fria [fonte: Singh].
Embora o filme (baseado na biografia de mesmo nome de Silvia Nasar) toma liberdades com a história verdadeira da vida de Nash, ele de fato experimentou alucinações e delírios. Suas alucinações incluíram ouvir vozes, mas sem ver pessoas ou coisas que não estavam lá. Ele começou a ter delírios de grandeza, e acreditava que as maiores figuras do mundo o perseguiam [fonte: PBS]. Depois de 30 anos lutando contra o distúrbio e de passar muito tempo entrando e saindo de hospitais, Nash conseguiu se recuperar de forma significativa no final dos anos 1980. Em 1994, John Nash recebeu o Prêmio Nobel em Ciências Econômicas por seu primeiro trabalho com a teoria dos jogos.
Loucura é uma coisa boa
John Nash sugere que o pensamento irracional na verdade tem seus benefícios. Discutindo sua recuperação da esquizofrenia, Nash comenta que isso não é "inteiramente motivo de alegria" para ele. Explica: "Um dos aspectos disso é que a racionalidade do pensamento impõe um limite no conceito de uma pessoa sobre sua relação com o cosmos" [fonte: Nash]

                        4. Vincent van Gogh (1853 - 1890)

Quadros como 'Autorretrato com chapéu de palha' revelam o estado de humor do artista, que sofria de transtorno bipolar de humor
Vincent van Gogh / Domínio público
Quadros como 'Autorretrato com chapéu de palha' revelam o estado de humor do artista, que sofria de transtorno bipolar de humor
Pinturas de Vincent
van Gogh como "A Noite Estrelada" (1889) e "Terraço do Café à Noite (1888)" são facilmente reconhecidas por suas pinceladas únicas e pela expressividade. Contudo, van Gogh ganhou popularidade somente após a sua morte. Hoje ele é considerado um dos maiores pintores de todos os tempos.
A vida de van Gogh foi uma vida torturada. Quase todo mundo sabe que o pintor cortou parte de sua própria orelha (e ele até fez questão de registrar-se após a automutilação no quadro "Autorretrato com orelha a cortada" (1889). Ele também supostamente bebeu terebentina (aguarrás) e tentou comer tinta [fonte: Mancoff].
Tragicamente, cometeu suicídio em 1890. Os autores D. Jablow Hershman e Julian Lieb propõem em seu livro "Manic Depression and Creativity" que van Gogh tinha transtorno bipolar.  No livro "Touched with Fire", Kay Redfield Jamison chega à mesma conclusão. Ela também discute a arte de van Gogh em relação à sua doença mental. Por exemplo, ela nota que os padrões sazonais típicos de humor e psicose estão alinhados com a produtividade de van Gogh, que também variava de tempos em tempos. Quando em crise, van Gogh tinha alucinações, tornava-se violento e não conseguia pintar. Outros acham que o pintor sofria de esquizofrenia [fonte: Delisi], como os irmãos Willemina e Cornellius. E há ainda uma tese que diz que van Gogh tinha epilepsia do lobo temporal, agravada pelo uso de absinto.
Seja qual for o diagnóstico correto, o fato é que a doença parece ter contribuído para a genialidade de van Gogh. Em muitos dos seus quadros é possível perceber o estado de humor de seu autor.


              3. Edgard Allan Poe (1809 - 1849)

Edgar Allan Poe parece ter tido consciência da ligação entre criatividade e doença mental
Reprodução / Wikimedia Commons
Edgar Allan Poe parece ter tido consciência da ligação entre criatividade e doença mental
Mais conhecido por seu poema "The Raven"(O Corvo), o escritor Edgar Allan Poe escrevia compulsivamente histórias de detetives e de horror. Em seus contos tensos, ele dava bastante ênfase à forma e à estrutura. Seu conto "Os Assassinatos da Rua Morgue", publicado em 1841, é chamado com frequência de primeira história moderna de detetives.
Apesar da habilidade como escritor, Poe tinha problemas com bebida, e cartas revelam que ele lutava contra pensamentos suicidas. As causas e as circunstâncias em torno de sua morte, aos 40 anos, são desconhecidas, mas talvez tenham a ver com insuficiência cardíaca ou com o alcoolismo. Baseada em sua interpretação das cartas de Poe, Kay Redfield Jamison especula que o escritor era maníaco-depressivo, um estado clínico conhecido hoje como transtorno bipolar. Em seu livro, ela argumenta que uma criatividade como a de Poe pode emergir de estados de loucura. Da mente doentia emerge uma perspectiva "cósmica" que deixa a essência criativa fluir, escreve Jamison.
O próprio Edgar Allan Poe parece ter visto a conexão entre criatividade e doença mental. Ele escreveu:
"Homens me chamaram de louco; mas a questão ainda não está definida, se loucura é ou não é a sublime inteligência -- se muito disso é glorioso -- se tudo isso é profundo -- não emerge da doença ou do pensamento -- dos humores da mente exaltada às expensas do intelecto geral" [fonte: Jamison].
(Para os interessados, vai aqui um ótimo site para ler obras [algumas] de Edgar Allan Poe, assim como obras de grandes nomes da literatura brasileira, e universal).


         2. Ludwing van Beethoven (1770 - 1827)

A doença mental de Beethoven pode ter sido causada por níveis elevados de chmbo
Joseph Karl Stieler / Domínio público
A doença mental de Beethoven pode ter sido desencadeada por níveis elevados de chumbo
As contribuições de Beethoven para a música foram fundamentais. Sua intensidade apaixonada e criação brilhante levaram a música instrumental a um novo nível. Contudo, o famoso compositor teve uma vida dura. Criado por um pai alcoólico e violento, Beethoven era responsável pelo bem-estar de sua família batalhadora aos 18 anos. Um dos aspectos mais trágicos de sua vida foi sua surdez gradativa, que ocorreu entre seus 30 e 49 anos e pode ter sido resultado das surras dadas pelo pai. Extraordinariamente, ele foi capaz de compor alguns de seus trabalhos mais estimados depois da perda da audição.
Seu esforço interno está documentado nas cartas que escreveu para seus irmãos, em que ele discutia seu namoro com o suicídio. Os autores Hershman e
Lieb propõem em seu livro que Beethoven provavelmente lutava com o transtorno bipolar. Além disso, François Martin Mai chama a atenção para a possibilidade  de ele sofrer especificamente de depressão bipolar no livro "Diagnosing Genius". Mai afirma que, apesar de suas tendências depressivas, Beethoven tinha períodos de intensidade e vigor consistentes com o transtorno bipolar. Exames e testes do cabelo de Beethoven recentemente revelaram uma grande quantidade de chumbo [fonte: Wash]. Isso pode ter desencadeado não só sua doença mental, mas também as dores advindas de problemas digestivos das quais ele reclamava com frequência.

                      1. Isaac Newton (1642 -1727)

Isaac Newton pode ter sofrido de transtorno bipolar e esquizofrenia
Godfrey Kneller / Domínio público
Isaac Newton pode ter sofrido de transtorno bipolar e esquizofrenia
Com numerosas e extensas contribuições para a física e a mecânica, Isaac Newton é universalmente conhecido como um pensador brilhante. De fato, pesquisas com cientistas da duas áreas e com o público mostram uma concordância de que Newton até ultrapassa Einstein em influência [fonte: The
Royal Society]. Algumas de suas notáveis contribuições incluem a invenção do cálculo, a explicação da "gravitação universal", o desenvolvimento de leis do movimento e a construção do primeiro telescópio refletivo.
Apesar de seus feitos, Newton sofria de tendências psicóticas e alterações de humor (incluindo períodos de empolgação desenfreada), e com frequência tinha dificuldades de lidar com isso [fonte: Enciclopédia
Britânica, Salas].
Hershman e Lieb também teorizam em seu livro que Newton provavelmente sofria de transtorno bipolar. Além disso, suas cartas delirantes serviram para dar credibilidade à teoria de que ele era esquizofrênico [fonte: Glover].
O pai de Newton morreu antes dele nascer, e ele ficou separado da mãe entre os 2 e os 11 anos de idade. Seu distúrbio mental pode ter sido resultado dessa prolongada experiência traumática na infância [fonte: Enciclopédia
Britânica
].

Via: HSW