“Vós, anõezinhos brincalhões, que círculos, à luz do luar, traçais de ervas amargas, que as ovelhas recusam; e vós outros que criais por brinquedo os cogumelos noturnos…”
William Shakespeare
“A Tempestade”
Porém a verdade por trás deles é bem diferente. Segundo as teorias atuais a formação destes anéis se deve ao emaranhado de filamentos microscópicos de fungos, o mycellium, enterrado sob o círculo mágico.
Para compreender o mecanismo de crescimento dos anéis é necessário ter em conta o que é realmente um cogumelo. Os pequenos chapéus chamados carpóforos ou cogumelos são apenas a parte reprodutora. A parte maior do fungo, como um iceberg , está oculta sob a terra. O micélio, cujas ramificações, constituídas de filamentos muito pequenos, chamados hifas, pode estender-se a mais de um metro de profundidade. Este é o verdadeiro corpo ou caule do fungo. Estas ramificações microscópicas são conhecidas vulgarmente pelo nome de “branco do fungo”.
A função do micélio é a de conseguir o alimento. Essa é a razão pela qual se estendem pelo terreno em busca de novos nutrientes. Os micellia podem alimentar-se quase de qualquer coisa e crescer virtualmente em qualquer lugar, do solo à madeira, do vidro ao couro. Alguns crescem sobre matéria orgânica, enquanto que outros vivem de organismos vivos, seja como parasitas, seja como parte de um grupo simbiótico.
No caso dos fungos que produzem anéis de fadas, os subprodutos de decomposição que eles produzem alimenta a planta que cresce em cima do micélio subterrâneo que sempre sai à flor da terra. Em conseqüência, a planta se sobressai do anel.
Feitas as explicações básicas, maneira com que se formam os anéis de fadas é muito interessante. Suponhamos que nasceram fungos em um ponto determinado do chão. Se as condições forem favoráveis, particularmente se a umidade é elevada, vão proliferar ao redor de seu ponto de origem. Debaixo da terra, normalmente, os micélios crescem por igual em todas as direções, de uma forma radial. Ao esgotar as substâncias que os nutrem, alguns deles vão morrendo, mas outros, os
que avançaram mais à frente do círculo aonde se esgotaram os nutrientes, terão oportunidade de frutificar e formar cogumelos.
que avançaram mais à frente do círculo aonde se esgotaram os nutrientes, terão oportunidade de frutificar e formar cogumelos.
Estes cogumelos deixarão cair seus esporos, que se desenvolverão na parte exterior deste novo círculo, o que faz com que a parte viva do cogumelo seja um anel que vai se estendendo de forma radial. Este fenômeno continuará se repetindo de modo indefinido, pois as distintas gerações de cogumelos esgotarão as substâncias alimentícias do lugar no qual viveram. Assim se irá formando um anel que, à medida que o tempo passe, terá dimensões maiores, posto que os novos cogumelos irão crescendo e pulverizando-se pela parte exterior em busca de seu alimento.
Biologia Pura.
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