quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

Anéis de Fada


                  “Vós, anõezinhos brincalhões, que círculos, à luz do luar, traçais de ervas                        amargas, que as ovelhas recusam; e vós outros que criais por brinquedo os                      cogumelos noturnos…” 
                    William Shakespeare 
            “A Tempestade


  "Se você ficar no centro dele, irá ser mandado ao mundo das fadas, mas lembre-se, um dia pras fadas são sete anos dos humanos. Então, se voltar, não se assuste, muita coisa pode ter mudado.""Se você chegar muito perto, começará a dançar enlouquecidamente, e não conseguirá mais parar, pois assim são as festas das fadas." Essas eram algumas das lendas no período medieval relacionadas aos Anéis de Fadas, segundo uma das lendas, eles eram formados da dança nas fadas, em suas festas, e os cogumelos eram onde elas se sentavam quando estavam cansadas.
Porém a verdade por trás deles é bem diferente. Segundo as teorias atuais a formação destes anéis se deve ao emaranhado de filamentos microscópicos de fungos, o mycellium, enterrado sob o círculo mágico. 
Para compreender o mecanismo de crescimento dos anéis é necessário ter em conta o que é realmente um cogumelo. Os pequenos chapéus chamados carpóforos ou cogumelos são apenas a parte reprodutora. A parte maior do fungo, como um iceberg , está oculta sob a terra. O micélio, cujas ramificações, constituídas de filamentos muito pequenos, chamados hifas, pode estender-se a mais de um metro de profundidade. Este é o verdadeiro corpo ou caule do fungo. Estas ramificações microscópicas são conhecidas vulgarmente pelo nome de “branco do fungo”.
A função do micélio é a de conseguir o alimento. Essa é a razão pela qual se estendem pelo terreno em busca de novos nutrientes. Os micellia podem alimentar-se quase de qualquer coisa e crescer virtualmente em qualquer lugar, do solo à madeira, do vidro ao couro. Alguns crescem sobre matéria orgânica, enquanto que outros vivem de organismos vivos, seja como parasitas, seja como parte de um grupo simbiótico.
No caso dos fungos que produzem anéis de fadas, os subprodutos de decomposição que eles produzem alimenta a planta que cresce em cima do micélio subterrâneo que sempre sai à flor da terra. Em conseqüência, a planta se sobressai do anel.

Feitas as explicações básicas, maneira com que se formam os anéis de fadas é muito interessante. Suponhamos que nasceram fungos em um ponto determinado do chão. Se as condições forem favoráveis, particularmente se a umidade é elevada, vão proliferar ao redor de seu ponto de origem. Debaixo da terra, normalmente, os micélios crescem por igual em todas as direções, de uma forma radial. Ao esgotar as substâncias que os nutrem, alguns deles vão morrendo, mas outros, os
que avançaram mais à frente do círculo aonde se esgotaram os nutrientes, terão oportunidade de frutificar e formar cogumelos.
Estes cogumelos deixarão cair seus esporos, que se desenvolverão na parte exterior deste novo círculo, o que faz com que a parte viva do cogumelo seja um anel que vai se estendendo de forma radial. Este fenômeno continuará se repetindo de modo indefinido, pois as distintas gerações de cogumelos esgotarão as substâncias alimentícias do lugar no qual viveram. Assim se irá formando um anel que, à medida que o tempo passe, terá dimensões maiores, posto que os novos cogumelos irão crescendo e pulverizando-se pela parte exterior em busca de seu alimento.

Biologia Pura.

Chuva tem cheiro?


Sabe aquela fragrância que aparece quando começa a chover, especialmente nas áreas rurais, é causada por uma bactéria. Parece esquisito, mas é isso mesmo: quando as primeiras gotas de chuva atingem o chão, a camada superficial do solo fica toda bagunçada. Com o impacto dos pingos d’água, as partículas que repousam na faixa externa de terra são impulsionadas para o ar e se misturam com o vapor em suspensão, gerando uma espécie de spray úmido. Além de gotículas de água, esse spray também contém minúsculos grãos de terra e colônias de Streptomyces, um gênero de bactéria que cresce naturalmente no solo com umidade. Nas épocas de seca, a Streptomyces entra em uma espécie de hibernação, que os cientistas chamam de estado de latência. "Nessa fase, a bactéria continua viva, mas não se reproduz porque não há umidade suficiente", afirma o engenheiro agrônomo Miguel Angelo Maniero, da Universidade Federal de São Carlos (Ufscar).
Tudo muda quando chega a chuva: a água ativa a capacidade reprodutiva da Streptomyces, fazendo com que ela libere no ar milhares de células reprodutoras, chamadas de esporos. Além de gerar novos seres, o processo de reprodução faz com que os esporos exalem o característico odor da chuva. "O curioso é que os cientistas perceberam esse fato quando estudavam a bactéria em laboratório. Analisando as culturas de Streptomyces, os pesquisadores notaram que as lâminas com colônias tinham um odor igualzinho ao do solo depois de uma tempestade", diz Miguel. Vale lembrar que a Streptomyces não faz mal nenhum à saúde humana - na verdade, o que ocorre é justamente o contrário: muitas das espécies desse gênero servem como matéria-prima para a fabricação de antibióticos.

Aurora Boreal

A aurora Boreal é um exemplo de como a física pode ser incrível.


Na termosfera, acontecem dois fenômenos: a aurora boreal e a aurora austral.
A aurora boreal e a aurora austral são fenômenos luminescentes, ou seja, que ocorre a emissão de luz. Acontecem na atmosfera dos hemisférios norte e sul. Neles estão localizados dois pólos magnéticos da Terra, (regiões de magnetismo mais intenso). As partículas emitidas pelo Sol (vento solar), interagem com as partículas da termosfera e sob ação do campo magnético terrestre produzem faixas multicoloridas e brilhantes.
Quando este fenômeno acontece no hemisfério norte, chamamos de aurora boreal.
Quando este fenômeno acontece no hemisfério sul, chamamos de aurora austral.
São fenômenos visuais observáveis de março a abril e de setembro a outubro. Podem ser vistas a olho nu no final da tarde e à noite também em países mais ao norte da Europa como na Finlândia e Noruega, ou ainda na Nova Zelândia e na Austrália. O fenômeno também é observável em outros planetas do sistema solar como Júpiter, Saturno, Marte e Vênus.
Abaixo segue algumas da mais belas imagens capturadas da aurora boreal, (parecem edições, mas não são):
























Segue um vídeo feito da aurora boreal visto do espaço:


Camada de Ozônio - O que é e qual sua função?


O que é a camada de ozônio?

A camada de ozônio é uma "camada protetora" que existe ao redor do planeta Terra (na Estratosfera), composta por gases leves, principalmente oxigênio (O²) e ozônio (O³).


                         Como surge essa proteção?

O gás ozônio, ou O3, é uma forma de oxigênio em que a molécula se compõe de três átomos, em vez de dois, como costuma ser encontrada na natureza. A exposição dessas moléculas de oxigênio comum (O2) à radiação solar e a cargas elétricas na estratosfera é que cria a camada envolvendo o planeta Terra. Na verdade, a camada está em perpétua formação, num processo de mão dupla: ao mesmo tempo em que o oxigênio é quebrado, formando moléculas de ozônio, estas também se desmancham para voltar a se reagrupar como oxigênio. Assim se explica o fato de a camada preservar a mesma espessura, desde sua formação inicial há cerca de 400 milhões de anos.

Por que é tão importante?

A camada de ozônio funciona como um escudo protetor,  responsável por filtrar cerca de 95% dos raios ultravioleta B (UVB) emitidos pelo Sol que atingem a Terra. Essa camada é de extrema importância para a manutenção da vida terrestre, pois caso ela não existisse, as plantas teriam sua capacidade de fotossíntese reduzida e os casos de câncer de pele, catarata e alergias aumentariam, além de afetar o sistema imunológico.


                           Buraco na Camada de Ozônio

Nos últimos anos têm-se falado muito em buracos na camada de ozônio, como o que eles realmente são e como surgem?

Na década de 1970, cientistas descobriram que existia uma enorme buraco nessa camada, na região da Antártica, e que esse buraco foi causado pela ação humana - a emissão de clorofluorcarbonos, os CFCs
A degradação da camada de ozônio é um dos grandes problemas da atualidade
no entanto, não ocorre a formação de buracos e sim a rarefação dessa camada, que fica mais fina, permitindo que uma maior quantidade de raios ultravioleta atinja a Terra.
Em determinadas épocas do ano ocorrem reações químicas na atmosfera, tornando a camada de ozônio mais fina, mas logo ela volta a sua forma original. Contudo, as atividades humanas têm agravado esse processo, principalmente através das emissões de substâncias químicas halogenadas artificiais [os clorofluorcarbonos (CFCs)].
Essas substâncias reagem com as moléculas de ozônio estratosférico e contribuem para o seu esgotamento. 


                              Uma Solução?


Em 1987, visando evitar esse desastre [o afinamento da camada de ozônio até ela deixar de existir], 47 países assinaram um documento chamado Protocolo de Montreal, que passou a vigorar em 1989. Esse Protocolo tem por objetivo reduzir a emissão de substâncias nocivas à camada de ozônio.
O resultado tem surtido alguns efeitos positivos, visto que vários países pararam de fabricar o gás clorofluorcarbono (CFC), havendo uma queda de aproximadamente 80% no consumo mundial de CFC. No entanto, somente essa medida não é suficiente para proteger a camada de ozônio, é necessária a conscientização das pessoas ao redor do globo, já que queimadas (de florestas), e a queima de combustíveis fósseis (como a gasolina), possuem sua porcentagem de culpa.

                                      Uma boa notícia




Segundo um painel de 300 cientistas das Nações Unidas e da Organização Meteorológica Mundial (OMM), o buraco na camada de ozônio não está apenas diminuindo. A camada que protege a Terra de perigosos raios solares pode estar completamente recuperada até o meio do século. 

Recentemente o buraco na camada parou de crescer e, pela primeira vez, os cientistas anunciaram que o ozônio está se recuperando. Segundo o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), essa recuperação é resultado direto da ação internacional ao proibir as emissões. O estudo do Pnuma considera que a proibição evitou mais de dois milhões de casos de câncer de pele que poderiam ocorrer, por ano, caso o buraco continuasse crescendo, além de proteger a agricultura e a vida selvagem.
A ONU e a OMM acreditam que o sucesso para enfrentar o problema de ozônio precisa servir de exemplo na luta contra as mudanças climáticas. "A ação internacional na camada de ozônio é uma grande história de sucesso. Ela nos encoraja a buscar a mesma cooperação para enfrentar as mudanças climáticas", disse o secretário geral da OMM, Michel Jarraud, em nota. Para isso, os países do mundo deverão elaborar um protocolo para controlar as emissões de gases de efeito estufa, a ser assinado até o final de 2015.

                  [Essa informação foi transmitida ao mundo em 10/09/2014, bem recente]


terça-feira, 27 de janeiro de 2015

Mais alto e mais rápido - Quebrando a barreira do som


Felix Baumgartner é um paraquedista e base jumper austríaco que ficou famoso no mundo todo por um feito grandioso: ele fez o salto mais alto de todos os tempos (39 mil metros), e bateu um recorde estabelecido em 1960 por Joseph Kittinger. Isso em 14 de Outubro de 2013. Ele caiu de uma altitude de 38 km e chegou à velocidade de 1.358 km/h, o que representa 1,25x a velocidade do som.
Quebrou diversos recordes: a maior altitude já alcançada por qualquer humano em um balão; o salto em queda livre mais alto; e a maior velocidade sem qualquer tipo de propulsão mecânica.

Um feito desse merece ser (re)visto de muitos ângulos. E é isso que mostra o vídeo abaixo do cara que saltou da estratosfera para entrar na história.


Relembrando: Felix foi levado na cápsula Strato-Lab V, que chegou até o ponto mais alto que um humano já alcançou usando um balão. A porta da cápsula se abriu e ele disse: “Às vezes, você tem que chegar muito alto para ver como você é pequeno. Agora eu vou para casa.” Depois de 4m20s de salto, Felix pousou em segurança no Novo México (EUA), onde sua mãe o esperava, feliz em ter o filho de volta.

Por que os aviões caem?

O avião é o meio de transporte mais seguro que existe. Mas algo sempre pode dar errado. Quais são os principais riscos de voar? E o que realmente pode acontecer durante um acidente?

"Senhores passageiros, sejam bem-vindos. Em nome da SincereAir, a companhia aérea que só fala a verdade, peço sua atenção para algumas instruções de segurança. Primeiramente, gostaríamos de parabenizar os passageiros que estão sentados no fundo da aeronave - em caso de emergência, sua chance de sobreviver será bem maior. Durante a decolagem, o encosto de sua poltrona deverá ser mantido na posição vertical. Isso porque, em nossa nova e moderna frota de aeronaves, as poltronas da classe econômica são tão apertadas que impedem a evacuação da aeronave em caso de emergência. Na verdade, se a segurança fosse nossa maior prioridade, colocaríamos todos os assentos virados para trás. Metade do ar dentro da cabine é reciclado, o que nos ajuda a economizar combustível. Isso poderá reduzir a taxa de oxigênio no seu sangue, mas não costuma ser perigoso - e geralmente causa uma agradável sonolência. Mantenha o cinto de segurança afivelado durante todo o voo - ou você poderá ser vítima de turbulência, que é inofensiva para a aeronave, mas mata 25 passageiros por ano. Lembramos também que o assento de sua poltrona é flutuante. Não que isso tenha muita importância: a probabilidade de sobreviver a um pouso na água com um avião grande é mínima (geralmente a aeronave explode ao bater na água). Obrigada por terem escolhido a SincereAir, e tenham todos uma ótima viagem!"
Nenhuma empresa aérea revelaria verdades como essas. Afinal, mesmo que o avião seja o meio de transporte mais seguro que existe, ele não é (nada é) 100% seguro. A partir de uma série de estudos feitos por especialistas, chegamos às principais causas de acidentes - e descobrimos fatos surpreendentes sobre cada uma delas. Prepare-se para decolar (e cair). 

 Despressurização - Quando as máscaras caem. 


Quanto mais alto você está, mais rarefeito é o ar. Com menos resistência do ar, o avião consegue voar muito mais depressa - e gasta bem menos combustível. É por isso que os aviões comerciais voam bem alto, a 11 km de altura. O problema é que, nessa altitude, a pressão atmosférica é muito baixa (veja no infográfico abaixo). Não existe ar suficiente para respirar. Por isso, os aviões têm um sistema que comprime o ar atmosférico e joga dentro da cabine: a pressurização. É uma tecnologia consagrada, que estreou na aviação comercial em 1938 (com o Boeing 307). Mas, como tudo na vida, pode falhar. Sabe quando a aeromoça diz que "em caso de despressurização, máscaras de oxigênio cairão automaticamente"? Não assusta muito, né - parece bem menos grave do que uma pane na turbina do avião, por exemplo. Ledo engano. A despressurização pode matar, e rápido. Ao contrário do afogamento ou de outros tipos de sufocação, aos quais é possível resistir por alguns minutos, uma despressurização aguda faria você apagar em menos de 15 segundos. Em agosto de 2008, um Boeing 737 da companhia Ryanair, que ia para Barcelona, sofreu despressurização parcial da cabine. "Veio uma lufada de vento gelado e ficou incrivelmente frio. Parecia que alguém tinha aberto a porta do avião", contou um dos passageiros ao jornal inglês Daily Telegraph. Para piorar as coisas, nem todas as máscaras de oxigênio caíram automaticamente. E, das que caíram, várias não liberavam oxigênio. O que salvou os 168 passageiros é que o avião estava voando a 6,7 km de altura, mais baixo do que o normal, e isso permitiu que o piloto reduzisse rapidamente a altitude para 2,2 km, onde é possível respirar sem máscara.



Falha estrutural (ou como a força G pode despedaçar a aeronave).

 O avião pode perder uma asa, leme ou outra parte vital quando está no ar. Quase sempre, o motivo é manutenção malfeita - a estrutura acumula desgaste até quebrar. Mas isso também pode acontecer com aeronaves em perfeito estado. Se o piloto fizer certas manobras, gera forças gravitacionais muito fortes - e a fuselagem arrebenta. Foi o que aconteceu em 2001, com um Airbus A300 da American Airlines que decolou de Nova York. O piloto pegou turbulência, se assustou e tentou estabilizar a aeronave com movimentos normais, porém bruscos. O rabo do avião quebrou e o A300 caiu, matando 260 pessoas. Pode parecer um caso extremo, mas a resistência dos aviões à força G é uma preocupação central da indústria aeronáutica. Os jatos modernos têm sistemas que avisam quando estão voando com ângulo, velocidade ou trajetórias que possam colocar em risco a integridade da fuselagem. E a Boeing adiou o lançamento de seu novo avião, o 787, para alterar o projeto dele (simulações indicaram que, durante o voo, as asas poderiam sofrer forças G altas demais).



Pane nas turbinas - Acontece. Mas não pelo que você pensa. 

O maior inimigo das turbinas não são as falhas mecânicas; são os pássaros. Entre 1990 e 2007, houve mais de 12 mil colisões entre aves e aviões. As turbinas são projetadas para suportar alguns tipos de pássaro (veja abaixo), e isso é testado em laboratório com uma máquina, o "canhão de galinhas", que dispara frangos mortos contra as turbinas a 400 km/h. Desde 1990, 312 turbinas foram completamente destruídas em voo pelos pássaros. Se o avião perder um dos motores, consegue voar só com o outro. Mas, se isso acontecer durante a decolagem, quando a aeronave está baixa e lenta (90% dessas colisões acontecem a menos de 1 000 metros de altitude), ou se os pássaros destruírem ambas as turbinas, as consequências podem ser dramáticas. Como no incrível caso de um Airbus A320 da US Airways que perdeu os dois motores logo após decolar de Nova York, em janeiro de 2009. Mesmo sem nenhuma propulsão, o piloto conseguiu voar mais 6 minutos e levar o avião até o rio Hudson. Num dos raríssimos casos de pouso bem-sucedido na água, ninguém morreu.



Falha nos computadores -  Sim, eles também se enganam. E quando isso acontece... 

Os computadores de bordo são vitais na segurança de voo. Mas também podem falhar. Como no caso do Airbus A330 - o mais computadorizado dos jatos atuais. Nos últimos 12 meses, sete A330 enfrentaram uma situação crítica: partes do computador de bordo desligaram ou apresentaram comportamento errôneo. Num desses casos, o desfecho foi dramático (o voo da Air France que ia de São Paulo para Paris e caiu no oceano Atlântico, matando 232 pessoas). Mas o problema não é exclusividade da Airbus. Em agosto de 2005, um Boeing 777 da Malaysia Airlines que decolou da Austrália teve de retornar às pressas depois que, aos 18 minutos de voo, o piloto automático começou a inclinar o avião de forma perigosa. Era um problema de software.



Erro humano Na maior parte das vezes, o piloto tem (alguma) culpa. 

Os acidentes aéreos são uma sequência de erros que se somam. E, em 60% dos casos, essa equação inclui algum tipo de falha humana. A pior de todos os tempos aconteceu em 27 de março de 1977. Foi na ilha de Tenerife, um enclave espanhol a oeste da costa africana. Vários fatores se juntaram para produzir essa tragédia. Primeiro: um atentado terrorista fechou o principal aeroporto de lá e fez com que todo o tráfego aéreo fosse desviado para um aeroporto menor, Los Rodeos, que ficou sobrecarregado e cheio de aviões parados no pátio. Entre eles, dois Boeing 747. Um vinha de Amsterdã, o outro de Los Angeles. O avião americano solicitou autorização para decolar. Quem estava no comando era o piloto Victor Grubbs, 57 anos e 21 mil horas de voo. A torre de controle respondeu negando - era preciso esperar a saída do outro 747, o holandês, pilotado pelo comandante Jacob van Zanten. Zanten ficou impaciente, porque sua tripulação já estava em serviço havia 9 horas. A torre de controle reposicionou as ae­ronaves. O nevoeiro era muito forte e, por um erro de comunicação, o avião americano foi parar no lugar errado. Ignorando instruções, o 747 holandês começou o procedimento de decolagem. Ace­lerou e bateu com tudo no outro avião, que manobrava à frente. Foi o pior acidente da história, com 583 mortos.





Turbulência -  Como o avião pode perder a sustentação no ar. 

Turbulência não derruba avião. Os jatos modernos são projetados para resistir a ela. Você já ouviu esse discurso? É uma meia-verdade. Um levantamento feito pela Federal Aviation Administration (FAA), agência do governo americano que estuda a segurança no ar, revela que entre 1992 e 2001 houve 115 acidentes fatais em que a turbulência esteve envolvida, deixando 251 mortos. Na maior parte dos casos, eram aviões pequenos, mas também houve mortes em aeronaves comerciais - as vítimas eram passageiros que estavam sem cinto de segurança, e por isso foram arremessados contra o teto a até 100 km/h (velocidade suficiente para causar fratura no pescoço). Ou seja: em caso de turbulência, o maior perigo não é o avião cair. É você se machucar porque está sem cinto. Os aviões têm instrumentos que permitem detectar com antecedência as zonas turbulentas, dando tempo para desviar, mas isso nem sempre é possível: existe um tipo de turbulência, a "de ar limpo", que não é captada pelos instrumentos da aeronave. Felizmente, é rara: só causou 2,88% dos acidentes fatais.

Pane hidráulicaExiste um encanamento que corre por toda a fuselagem. Se ele furar, as consequências podem ser terríveis. 

Os controles do avião dependem do sistema hidráulico - uma rede de canos que liga o cockpit às partes móveis do avião. Esses canos estão cheios de fluido hidráulico, uma espécie de óleo. Quando o piloto dá um comando (virar para a esquerda, por exemplo), um sistema de bombas comprime esse óleo - e o deslocamento do líquido movimenta as chamadas superfícies de controle. São as peças que controlam a trajetória do avião, como o leme e os flaps. O sistema hidráulico é tão importante, mas tão importante, que os aviões modernos têm nada menos do que três: um principal e dois de reserva. Por isso mesmo, a pane total é muito rara. Mas ela é o pior pesadelo dos pilotos. "O treinamento para situações de pane hidráulica é muito frequente e exige bastante dos pilotos", explica o comandante Leopoldo Lázaro. Se os 3 sistemas hidráulicos falharem, a aeronave perde totalmente o controle. E isso já aconteceu. Em julho de 1989, um McDonnell Douglas DC-10 decolou de Denver com destino a Chicago. Tudo corria bem até que a turbina superior, próxima à cauda do avião, explodiu. Estilhaços do motor penetraram na fuselagem e cortaram os canos de todos os sistemas hidráulicos. O avião não tinha como subir, descer, virar nem frear. Aí o comandante Alfred Haynes, 58 anos e 37 mil horas de voo, realizou uma das maiores proezas da história da aviação. Usando o único controle de potência das turbinas, o único que ainda funcionava no avião, conseguiu fazer um pouso de emergência. A aeronave explodiu, mas 185 dos 296 passageiros sobreviveram. 

Um avião grande carrega 600 litros de fluido hidráulico, que se distribui por redes de canos.



Fonte - Boeing 

  Meses de risco

 Em quais épocas do ano acontecem mais acidentes* 

Jan - 8,96% 

Fev - 7,4% 

Mar - 8,77% 

Abr - 6% 

Mai - 5,84% 

Jun - 8,18% 

Jul - 9,74% 

Ago - 8,96% 

Set - 9,55% 

Out - 8,18% 

Nov - 9,55% 

Dez - 7,79% 


* A soma não dá 100% devido a arredondamento. 

Fonte - Aircraft Crashes Record Office 


 As aeronaves que mais caíram

 Em acidentes fatais por milhão de decolagens 



Via: Revista Super Interessante
Fonte - Boeing 

quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

Luta solitária em busca de uma pátria melhor para todos.

Irom Sharmila protesta contra uma lei
 que dá direitos excepcionais a forças armadas

Neste janeiro, alguns indianos farão uma pausa para pensar sobre o extraordinário poder de uma mulher que se recusa a comer, afirma a historiadora feminista Uma Chakravarti. Mas entender o protesto pode ser a chave para compreender muito do que aflige a Índia.
Que definição de Estado, país e da sociedade em que vive pode ser mais determinante para uma mulher do que ser presa simplesmente por se recusar a comer?
Embora poucos indianos pareçam estar preocupados com o destino de Irom Sharmila Chanu, para mim ela é uma mulher que representa um conjunto essencial de valores.
Sharmila iniciou sua greve de fome em 2000 para protestar contra uma lei controversa no estado nororeste de Manipur, que deu às Forças Armadas indianas amplos poderes. Esses poderes permitiram que eles prendessem pessoas sem mandados e até mesmo atirassem para matar em determinadas situações.
O Estado distante tem sido muito afetado pela violência insurgente, e rebeldes separatistas veem a Índia como uma potência colonial. Os rebeldes certamente foram responsáveis por mortes. Mas essa lei, ela argumenta, trata de forma efetiva uma parte da Índia como uma zona de guerra.
Ela foi presa logo após o início de seu protesto e forçada a se alimentar através de um tubo introduzido pelo seu nariz enquanto estava sob custódia em um hospital por 14 anos. No ano passado, um tribunal rejeitou a acusação por "tentativa de cometer suicídio" e ordenou sua libertação, mas ela foi novamente detida pouco depois.
Ativista tem sido presa e solta todos os anos
Todo mês de janeiro o ritual legal da sua detenção e soltura é realizado. Aconteceu de novo esta semana.
Ele é mencionado nas notícias e rapidamente esquecido. Mas eu não vou esquecê-lo, ainda mais após conhecer sua mãe, em novembro de 2010.
Mãe
A simplicidade e tristeza de sua mãe reforçou, para mim, o quanto a situação é trágica. Foi isso que ela me disse:
"Um dia eu estava sentada ouvindo as notícias e uma autoridade disse que eles nunca iriam anular a lei que dá poderes especias às Forças Armadas. Naquele dia eu me senti muito triste e deprimida. Eu disse a mim mesma: isso significa que minha filha nunca vai comer."
Para mim esta mulher é um ícone. Uma mãe que não vai ver sua filha porque sabe que vai chorar e não quer que a determinação de sua filha seja abalada.
Irom Sharmila é uma mulher que defende uma forma diferente de organizar o mundo e atua em sua retórica. Seu protesto - para mim - é incrível em sua simplicidade e sua coragem.
Ela prefere ser privada dos princípios básicos na vida do que reconhecer o sistema sob o qual ela vive. O Estado acha que não há crise, porque eles são a força que a alimenta e a mantém viva.
Mas seu corpo está sendo sustentado através da injeção de um líquido e todos sabem que isso não é vida. Ela tornou-se a personificação do princípio pelo qual está lutando. Os seres humanos não devem viver dessa maneira, assim como eles não devem ser forçados a viver sob os poderes especiais das Forças Armadas - este é seu ponto.
Ela está usando seu corpo para chamar a atenção sobre o sistema: se você se entrega a um sistema como este, você realmente desiste da base da existência humana, o direito de estar seguro e livre no seu próprio país.
Mas o corpo feminino é dispensável? O governo mal tem prestado atenção ao protesto e, na minha opinião, sua luta destaca nosso sistema distorcido de governança.
Mulher
A mídia pega pesado sobre a questão da segurança das mulheres nas ruas; houve uma batalha para as mulheres recuperarem as ruas para terem direitos iguais em espaços públicos.
Mas se as mulheres fossem consideradas objeto de igual atenção, nenhuma forma de violência seria tolerada - o debate não teria sequer sido feito.
Se os homens fossem submetidos à violência dia após dia fora de suas casas, haveria mudança; toda a noção de como vivemos e como somos governados mudaria.
Governança não está relacionada apenas a negócios internacionais e exploração dos recursos nacionais; ele também deve ser sobre segurança das mulheres em suas casas, nas ruas, nos campos e nas fábricas, nos escritórios, escolas e faculdades, e nas fronteiras - em todos os lugares onde eles precisam estar e a qualquer momento.
Olhe para as mortes por esterilização - 11 mulheres morreram em um dia por operações mal feitas. O que deu errado? O Estado fala sobre como as drogas foram contaminados ou como muitas cirurgias foram realizadas em um único dia. Mas ninguém está falando sobre as noções básicas de cuidados de saúde; sobre por que uma ligação de trompas é a única resposta para a pergunta.
As autoridades se sentem livres para promover um programa de esterilização em massa que incide sobre o corpo das mulheres. Isso traz a discussão de volta para Irom Sharmila: a questão do direito de uma mulher a seu próprio corpo, e o direito de fazê-lo um local de protesto.

Ela é criminalizada por fazer exatamente isso.

Via: Uol

sábado, 10 de janeiro de 2015

Olhar acima das nuvens - fotos feitas a partir das janelas de aviões


Aqueles que já viajaram de avião bem sabem que a vista acima das nuvem é encantadora, não importa o quão impressionante a paisagem é, a partir da perspectiva de um avião sua beleza é multiplicada. O que faz pensar, se a vista da janela do carro em uma viajem - com a música certa - pode levar a outros mundos, onde a vista da janela de um avião pode nos levar?

Claro que algumas pessoas não resistiriam tirar uma foto, pois em meio à tantas tragédias, o mundo precisa de imagens belas. Sendo algumas de fazer suspirar. Abaixo seguem algumas dessas imagens: